quinta-feira, 21 de julho de 2011

O herdeiro de Shesta -Capitulo três-


|Os mensageiros|

Thiago Chegou em casa inteiramente molhado,esperando encontrar sua mãe,Maire.
Maire era Jornalista e ficava pouco tempo em casa com seu filho, ela tinha quarenta e três anos, casou-se com Cezar aos 26 anos,e teve seu filho.Seu marido Cezar desapareceu uma semana depois do nascimento de Thiago. Ela tinha acabado de chegar de uma entrevista, estava sentada em uma cadeira, com o rosto sobre a mesa, estava desacordada. Thiago foi até a sala e tudo que conseguiu enxergar foi o escuro, o único cômodo que parecia ter alguma luz acesa era a cozinha, ele ficou assustado.
Conseguia enxergar apenas o que a luz da cozinha iluminava, e era o chão, um pouco da parede da sala e por fim algumas pegadas de lama. Olhou-as indiferente.
- Mãe? - chamou. Mas não houve respostas, ele foi até a cozinha, e depois de um longo suspiro adentrou-a.
-Quem são vocês? – disse Thiago amedrontado enquanto olhava dois homens. Um deles usava um sobretudo negro, luvas de couro e uma calça. Era careca e tinha uma barbicha, aparentava ter uns trinta anos, olhos claros pele morena e um olhar severo. Já o outro tinha um olhar bondoso demais, usava a mesma roupa que o parceiro, só que o seu sobretudo não estava fechado, ele usava uma camisa verde por baixo do sobretudo negro, usava touca, uma touca que cobria as orelhas, seu cabelo longo batia nos ombros, era liso e de um louro dourado. Uma dupla diferente no mínimo.
- Os mensageiros- disse o homem careca calmamente.
- E o que querem? – perguntou Thiago enquanto se aproximava de uma gaveta, pegou uma faca e apontou-a aos dois homens.
- Saiam daqui ou eu mato vocês! – exclamou Thiago desesperadamente.
- Quê?! – Exclamou o homem careca soltando logo em seguida uma gargalhada.
- largue isso garoto ninguém quer se machucar – disse o homem de touca com um sorriso no rosto, um rosto jovial e a pele tão limpa e clara que transmitia tranqüilidade a quem o olhasse, menos para Thiago que estava nervoso demais para reparar.
O homem careca ainda ria. Mas parou um pouco, lagrimas escorriam dos seus olhos, e tudo que restou daquele bom humor foi o sorriso sarcástico. Ele apontou o dedo para faca, Thiago curioso olhou para a faca ou teria olhado se ela estivesse realmente lá.
- Esquece garoto – disse o homem careca com a mesma faca em sua mão fazendo um sinal. – Nos matar não seria fácil para você.
-Ou seria?! –disse o rapaz de touca com a mão no queixo fazendo um gesto pensativo.
- Quê? – berrou Thiago – c-como isso... De onde tirou essa... É um sonho... Isso é um sonho, só pode ser. - Thiago mal conseguia concluir uma frase, seu cérebro ainda estava tentando processar o que estava acontecendo.
- Não, não é. Sente-se, temos que conversar- disse o homem de touca simpático. – Não queremos fazer mal.
Thiago não sabia o que fazer, não tinha como fugir pelo menos não sem a mãe dele, ela parecia estar morta e isso deixava Thiago com muito medo. Ele sabia melhor que ninguém que não podia fazer nada com estranhos que sabem fazer facas desaparecerem e reaparecerem, então resolveu sabiamente desistir, sentou-se sobre a mesa da cozinha juntamente com os dois estranhos, sua mãe estava entre os dois. Olhou-a com ar de tristeza, em seguida olhou para os dois e sua tristeza se transformou em raiva. – fique Calmo garoto, Ela está viva. Só está desmaiada- disse o homem careca tentando acalmar Thiago. Falhou. – Não me importa! Digam o q-que tem a dizer e saiam da minha casa! –Exclamou Thiago atrapalhado.
-Eu digo! – exclamou os dois estranhos ao mesmo tempo.
-Tudo bem Dário, pode dizer. – Disse o rapaz de touca.
-Como pôde ver-começou Dário- Meu nome é Dário e esse é meu amigo
Arth.
-Meu nome não é Arth... - protestou o rapaz. – Mas é assim que me chamam desde que me conheço por Elfo.
-Como é? – perguntou Thiago- Elfo?
- Não!... Na verdade é Meio... Mas... – Dário tentou concluir a frase, mas, desistiu e encarou o Amigo com indignação.
- Quê? É muito mais preferível empurrar a verdade nos ouvidos do garoto antes que ele ache que somos loucos. – Disse Arth olhando Dário com ar de quem sabe das coisas.
-Ele vai pensar que somos loucos se você continuar a contar essas coisas. - Explicou Dário.
-Parem, por favor! – reclamou Thiago perdendo a paciência- será que podem dizer logo o que querem?
-O garoto tem razão- Disse Dário
- É, pode crer. – Disse Arth
-Tudo bem- voltou a explicar Dário- Vai ser um choque, mas... –
- Se vai!- Interrompeu Arth
-... Viemos do “outro lado” – Continuou Dário – Em um Lugar chamado...
-É muito longe, mas a viagem é curtíssima. –Disse Arth Interrompendo o amigo mais uma vez.
-Gostaria que me deixasse terminar. – Reclamou Dário.
-... Claro – Disse Arth.

Pausa.

-Então... Esse lugar... É... - Dário se esqueceu do que estava falando – Olha o que importa é que você corre riscos, se você quiser saber algo sobre tudo isso... – pegou um papel dobrado e jogou na mesa – Só ir nesse endereço, sua mãe já vai acordar e não quero ter que explicar nada disso pra ela.
-Quer dizer que ela não pode saber?- perguntou Thiago.
-Não! – Exclamou Dário e Arth ao mesmo tempo.
- E antes que pense que não somos o que somos, observe a magia do nosso grande mago Dário- Disse Arth fazendo uma espécie de apresentação com seus gestos exagerados.
Antes que ele concluísse com aquela brincadeira, Dário Disse algo inaudível, Thiago tentou entender, mas antes que pudesse concluir com a sua tentativa de leitura labial uma claridade forte fez com que ele protegesse os olhos com sua mão direita , quando a escuridão voltou a tomar conta da casa , Thiago abriu os olhos, os dois não estavam mais lá, desapareceram. Thiago ficou assustado, Afinal de conta Isso poderia não ser um sonho. Mas o que então? O que explicaria o que acabara de acontecer?
Thiago guardou o papel no bolso, e ficou um bom tempo pensando em uma explicação.
Três minutos depois, ele ainda estava pensando sem piscar os olhos ou sair do lugar.
- É, fiquei louco – concluiu ele sorrindo
-Thiago?- sussurrou Maire- nossa, dormi por quanto tempo? Devo ter pegado no sono enquanto te esperava.
-Mãe, você viu algo antes de dormir? – perguntou Thiago.
-Não lembro... Mas acho que não, por quê?
-Nada não- disse Thiago subindo até seu quarto.
-Vai jantar hoje filho?- perguntou a mãe preocupada, ela percebeu que Thiago estava agindo de forma estranha. Ele acreditava mesmo que estava louco.
- Não- gritou Thiago que já estava em seu quarto.
Ligou seu computador e ficou um tempo conversando com seus amigos pela internet.
Depois disso desceu até a sala e começou a assistir a um filme, a um filme onde cinco pessoas planejavam assaltar um banco. Adormeceu.
No dia seguinte ele ficou vendo os noticiários, só tragédias, enchentes, e outras noticias desagradáveis, Mas isso nem o incomodava, pelo menos não muito. No momento ele estava preocupado com sua sanidade. Não queria acreditar que tinha visto, ele colocou a mão no bolso e sentiu o papel, tirou o papel do bolso e viu o que estava escrito, e era o seguinte:

Olá! É com muito prazer... Ou desprazer, depende do seu ponto de vista, Que venho lhe informar por meio desta carta que... Bom Se você está lendo isso é porque você não chegou a tempo de nos ver ou por quaisquer outros motivos que não permitiu que nós explicássemos direito. Bom aqui quem escreve é Arth, sou um cara bom e não quero lhe fazer mal, também não pretendo vender seus órgãos, nenhum deles, nem mesmo os que valem mais, você deve comparecer a seu bairro vizinho amanhã à noite, o número da casa em que estamos é quarenta e dois. vamos dar uma espécie de reunião, o que é de fato estranho pra você... Se você não quiser vir iremos te buscar. qualquer dia nos esbarramos por ai. Se não é que já fizemos isso. Esperamos você atenciosamente. Até algum dia dessa semana.

Thiago guardou o papel em seu bolso, e pensou profundamente no assunto.
“Isso não é um sonho... Tenho certeza de que estou louco” Pensou ele.
Levantou-se e foi entrar na internet para ver se havia recebido mais emails, ficou lá por bastante tempo, lendo varias coisas inclusive o blog do seu amigo Vitor, o blog se chamava: “Contos de um grande mestre no bar da linda taberneira empalhada” Thiago sempre ficava surpreso quando lia esse blog, não pelo conteúdo, mas sim pelo nome. De onde diabos ele tirou esse nome? Depois disso ele saiu do computador, comeu um pouco e se arrumou para ir para escola, ele odiava o uniforme, mas tinha que vestir por que era obrigatório. Todos deveriam usá-lo, do contrario não poderia entrar na escola, essa nova direção frustrava todo mundo.
Thiago ficou esperando Joice e Ângela chegarem. Ficou impaciente.
-Droga de garotas!- esbravejou Thiago- “Então amanhã nós não nos atrasaremos”- imitou Thiago o que as garotas haviam dito no dia anterior.
Quinze minutos de atraso novamente.
Depois de discutirem o assunto Thiago ficou sabendo do estranho do mercado e começou a contar sobre o que lhe tinha acontecido, contou o caminho todo até chegar à escola.
Chegando em frente a escola perceberam que ela estava fechada, havia alguns policiais no local que não deixava ninguém passar, no portão havia faixas amarelas proibindo a entrada.
Era obvio que algum crime havia acontecido lá dentro. Isso fez com que os três perdessem o assunto, mesmo tendo muito ainda o que contar um pro outro, ficaram quietos. Sentiram medo mesmo sabendo que eles não estavam envolvidos com aquilo, ou pelo menos acreditavam não estar.
-Que sorte! Não tem aula hoje- disse Ângela- vamos embora.
-Não, - disse Thiago – não está curiosa pra saber o que aconteceu aqui?
-Não- disse Ângela calma e direta.
-Você... –Thiago tentou dizer algo – esquece! Melhor irmos para casa mesmo.
- Vitor disse que voltaria hoje à noite. – Disse Ângela- quer que eu conte o que me disse sobre o endereço no papel?
-Sim, ou melhor... Diga pra ele ligar no meu celular ok?
-Tudo bem-
-Mas ninguém mais pode ficar sabendo!- lembrou Thiago.
-Certo. – concordou Ângela.

1 comentários:

Poyopoyo disse...

OMG *-* Elfo,legal. Nossa o Thiago quase morreu do coração dois caras estrahos em casa.

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